Mulheres e arboviroses: impactos sociais, biológicos e econômicos desproporcionais

4 de julho de 2025

As arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, atingem milhões de brasileiros todos os anos. No entanto, os impactos dessas doenças não são distribuídos de forma igualitária. As mulheres, especialmente gestantes, enfrentam riscos desproporcionais, biológicos, sociais e econômicos,  que muitas vezes são ignorados nas políticas públicas de saúde.

Em 2024, ano com mais de 6,5 milhões de casos prováveis de dengue e mais de 6,2 mil óbitos, 55% dos infectados eram mulheres. A faixa etária mais afetada foi justamente a de 20 a 29 anos, período em que muitas estão gestando, cuidando de filhos ou iniciando a vida profissional. O zika vírus já havia evidenciado os riscos de malformações congênitas, como a microcefalia, e a dengue também pode gerar complicações graves na gravidez.

Além disso, a sobrecarga dos cuidados domésticos e familiares recai majoritariamente sobre as mulheres, o que as expõe com mais frequência a ambientes propícios à proliferação do Aedes aegypti. Em comunidades com acesso precário a saneamento e saúde, essa exposição se agrava. A perda de renda ou do trabalho, em caso de adoecimento ou necessidade de cuidado de terceiros, afeta especialmente mulheres em situação de vulnerabilidade.

Nesse cenário, o combate às arboviroses precisa considerar esse recorte de gênero e investir em soluções seguras e acessíveis. A Biotraps é uma dessas iniciativas: uma armadilha biodegradável que atua na prevenção da dengue sem o uso de produtos que agridam a saúde da população, sendo ideal para residências, creches e unidades de saúde. Sustentável e eficaz, ela contribui para proteger quem mais precisa.

As mulheres estão na linha de frente da prevenção: como mães, cuidadoras, profissionais de saúde e lideranças comunitárias. Fortalecer a resposta às arboviroses é, também, uma forma de promover mais equidade e justiça social.