Mosquito da dengue e saúde pública: o impacto econômico das arboviroses
- Ana Paula Rubio
- 18 de mar.
- 2 min de leitura

As arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, representam uma ameaça crescente à saúde pública e à economia global. Além dos impactos diretos na saúde da população, essas doenças geram um alto custo para os sistemas de saúde, para o setor produtivo e para as finanças públicas.
O Brasil enfrenta surtos recorrentes de dengue, que já resultaram em gastos bilionários com hospitalizações, consultas médicas, exames laboratoriais e medicamentos. Segundo um levantamento de 2024 feito pela Planisa, empresa especializada em gestão de custos na saúde, o custo médio de internação para casos de dengue clássica é de R$5.599,00, considerando uma média de permanência de 3,8 dias em unidades não críticas e 0,9 dias em UTIs. Já o tratamento da dengue hemorrágica pode ultrapassar R$9.000,00 por paciente. Em 2024, o Brasil registrou mais de 6,6 milhões de casos prováveis de dengue, evidenciando a gravidade da situação e os desafios enfrentados pelo sistema de saúde.
Além dos custos hospitalares, as arboviroses afetam diretamente a produtividade da população. Dados do Ministério da Saúde indicam que milhares de trabalhadores precisam se afastar temporariamente de suas funções devido às complicações dessas doenças, gerando prejuízos para empresas e órgãos públicos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, globalmente, a dengue causa uma perda anual de bilhões de dólares em produtividade devido ao afastamento dos trabalhadores.
Outro fator relevante é o investimento emergencial em campanhas de controle do mosquito Aedes aegypti, incluindo fumacês, ações de vistoria e distribuição de larvicidas. Essas medidas, apesar de necessárias, representam custos altos e, muitas vezes, têm eficácia limitada.
Diante do alto impacto econômico e social das arboviroses, a prevenção se mostra a solução mais viável e sustentável. Estratégias como a eliminação de criadouros e o uso de tecnologias inovadoras são essenciais para reduzir a proliferação do Aedes aegypti.
Uma alternativa eficaz e sustentável é o uso da Biotraps, uma armadilha biodegradável para mosquitos que interrompe o ciclo de reprodução do Aedes aegypti de forma natural e sem impacto ambiental. Diferente dos métodos tradicionais, como inseticidas e fumacês, a Biotraps atua de maneira contínua, atraindo as fêmeas do mosquito para depositar seus ovos e impedindo o desenvolvimento das larvas.
Com soluções criativas, é possível reduzir os focos do mosquito de maneira segura, sustentável e econômica, minimizando os impactos das arboviroses na saúde pública e na economia. A adoção de tecnologias inovadoras na prevenção é um investimento inteligente que pode salvar vidas e evitar bilhões de reais em custos com tratamentos e emergências sanitárias.
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